Luísa Francisco

Luísa Alexandra Assunção Francisco, nasceu em Portugal a 08/03/1993. Reside sozinha há três anos com as suas gatinhas no bairro do Casal de S. Jo…

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Artes Plásticas e Visuais

Tela equilibrium

A tela foi o trabalho final do décimo ano escolar da autora, tendo sido apresentada numa exposição subordinada ao tema “Momentos” que teve lugar no Vila Alda, em Sintra. Nesse momento a autora estava a atravessar por um período menos positivo da sua vida, com os pais separados e a mãe com doença oncológica em fase terminal. Sentia-se perdida e sem conseguir manter um equilíbrio das suas emoções. Tentou então expressar esses sentimentos de revolta, de angústia, de não saber se amava ou se odiava, se queria chorar ou sorrir, metendo mãos à obra. Depois de refletir sobre o assunto, percebeu que para conseguir viver em paz consigo e com as pessoas que mais amava tinha de manter um equilíbrio entre o ódio e o amor, ambos representados nos dois potes de vidro da obra.

A tela revela uma “explosão de sentimentos”, como se os frascos se odiassem e entrassem em colapso mas, no final, estão quase que colados, sendo por isso unidos. Sendo de vidro, são frágeis e seria de esperar que se partissem numa explosão mas isso não sucede porque completam-se, fortalecendo-se um ao outro; só assim existe um equilíbrio entre eles e, consequentemente, a pessoa permanece estável pois, caso contrário, e era como a autora não se queria sentir, haveriam sempre momentos de extremos: amava e, no momento seguinte, odiava. A autora expressa assim que para ela não existe amor sem ódio nem ódio sem amor mas sim um equilíbrio entre ambos e daí o nome da obra – “Equilibrium”.

Como se tratava de um momento muito negativo da sua vida, do qual não conseguia falar com ninguém expressando realmente o que sentia por palavras, usou a tela como se de um espelho se tratasse. E porquê um espelho? Porque pintou na tela o que sentia, o que pensava, como se nela o interior da autora fosse refletido. Da tela saem letras que caem para dentro dos dois frascos que estão no chão e que representam o físico da autora, pois ela resulta da junção de ambos os sentimentos e daí permanecer em equilíbrio.

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